
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na manhã desta terça-feira (23) na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em cerca de 15 minutos, Lula abordou temas como a defesa da democracia, soberania nacional, cooperação internacional, sustentabilidade e a guerra na Faixa de Gaza.
🛡️ Defesa do Judiciário e críticas à extrema-direita
Lula utilizou parte significativa do discurso para defender o Poder Judiciário brasileiro, após os Estados Unidos imporem sanções a exportações e autoridades do Brasil — incluindo familiares de ministros do STF.
“A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias”, disse o presidente.
Sem citar nomes diretamente, Lula fez alusão a Donald Trump e Jair Bolsonaro, ao afirmar que “falsos patriotas” arquitetam ações contra o país, e que “não há pacificação com impunidade”.
⚖️ Prisão de Bolsonaro e mensagem aos “autocratas”
O presidente também destacou a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por participação em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022.
“Pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. […] Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam às suas vítimas”, afirmou Lula.
E completou:
“O Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis.”
🌍 Outras pautas do discurso
Além da política interna, Lula reforçou:
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A importância do multilateralismo e de uma governança global mais justa
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O papel do Brasil como defensor da paz e do desenvolvimento sustentável
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A necessidade de intervenção humanitária e corredores médicos em Gaza, em meio à grave crise na região
🧾 Contexto das tensões com os EUA
Na semana anterior ao discurso, o governo americano revogou os vistos da esposa e filhos do ministro Alexandre de Moraes, além de impor restrições ao advogado-geral da União, Jorge Messias, e outros nomes ligados ao Judiciário e Executivo brasileiro. A decisão gerou forte reação do governo brasileiro.
Lula encerrou o discurso reforçando que o Brasil continuará atuando como uma nação soberana, democrática e livre de tutelas externas, com papel ativo na construção de um mundo mais igualitário.
Fonte: CNN