
Senador capixaba, atualmente licenciado do mandato, diz estar “pronto” para nova disputa, apesar de enfrentar resistências partidárias e desafios jurídicos.
Vitória (ES) – Licenciado do Senado há mais de três meses, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou que pretende disputar a reeleição em 2026. Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta semana, ele declarou que está “pronto” para encarar mais uma campanha eleitoral.
“Eu vou para a reeleição. Estou pronto”, disse o parlamentar, em tom desafiador, direcionando sua fala à oposição. A fala marca uma mudança de postura em relação a declarações anteriores, quando indicava que sua permanência na política dependeria da vontade dos eleitores capixabas.
Apesar da disposição declarada, o senador enfrenta um cenário político complicado. A relação com o próprio partido, o Podemos, é considerada enfraquecida. Nos bastidores, o comando estadual da legenda, liderado pelo deputado federal Gilson Daniel, sinaliza preferência por outras alianças, incluindo o apoio à possível candidatura do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), ao Senado.
Em 2023, Do Val tentou migrar para o PSDB, mas o pedido foi rejeitado pela sigla. Também encontra barreiras no PL, partido de maior força bolsonarista no Estado, que já lançou como pré-candidata a empresária Maguinha Malta, filha do senador Magno Malta.
Além do isolamento político, Marcos do Val também lida com investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele chegou a cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e bloqueio de bens, no âmbito de inquéritos que apuram sua atuação durante os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Atualmente, essas medidas foram suspensas, e ele segue em liberdade.
O senador permanece legalmente habilitado para disputar a reeleição, desde que retome o mandato até o prazo de desincompatibilização exigido pela Justiça Eleitoral. A janela partidária — período permitido para troca de legenda sem perda de mandato — se encerra em abril de 2026.
Marcos do Val foi eleito ao Senado em 2018 com mais de 860 mil votos, na onda de crescimento da direita liderada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Desde então, sua atuação tem sido marcada por controvérsias, conflitos com adversários e presença constante nas redes sociais.