
Encontro entre Marco Rubio e Mauro Vieira acontece em Washington; objetivo é reverter sobretaxas impostas a produtos brasileiros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que representantes do Brasil e dos Estados Unidos se reunirão nesta quinta-feira (16), em Washington, para discutir as tarifas adicionais impostas pelos EUA a produtos brasileiros. A reunião marca o primeiro passo formal de negociação desde a recente conversa entre Lula e o presidente norte-americano Donald Trump.
🤝 Diplomacia em movimento
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou à capital americana nesta terça-feira (14) para liderar a comitiva brasileira nas tratativas. Do lado norte-americano, o responsável será o secretário de Estado Marco Rubio, nomeado diretamente por Trump após a videoconferência com Lula.
“Amanhã nós vamos ter a conversa de negociação”, disse o presidente Lula durante um evento no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (15). Com bom humor, Lula relembrou a videoconferência com Trump, dizendo:
“Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica” — em referência à fala do norte-americano sobre a “excelente química” entre os dois.
📈 O que está em jogo?
A delegação brasileira tentará convencer os EUA a reverter as tarifas extras aplicadas sobre diversos produtos nacionais desde o início de agosto. Entre os argumentos apresentados estará o impacto direto nos preços ao consumidor americano, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“O principal argumento é que essa medida encarece a vida do povo estadunidense”, afirmou Haddad. Ele destacou ainda que os EUA já mantêm superávit comercial em relação ao Brasil e têm amplas oportunidades de investimento no país, especialmente nas áreas de energia limpa, terras raras e transformação ecológica.
🚫 Entenda o tarifaço
As novas tarifas integram a política comercial da administração Trump, que busca proteger a indústria americana e conter a perda de competitividade frente à China. Em abril, Washington passou a aplicar taxas com base no saldo da balança comercial com cada país.
Como os EUA têm superávit com o Brasil, inicialmente foi aplicada uma tarifa de 10%. Porém, em 6 de agosto, uma nova taxação de 40% entrou em vigor. Essa medida foi interpretada como retaliação política — tanto por decisões que afetariam empresas de tecnologia americanas (as big techs) quanto pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado.
🍊 Produtos afetados
As tarifas atingem produtos importantes da pauta exportadora brasileira, como:
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Café
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Frutas frescas
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Carnes bovina e suína
Ficaram temporariamente isentos itens como:
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Suco e polpa de laranja
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Combustíveis
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Minérios e fertilizantes
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Aeronaves civis e componentes
Posteriormente, mais produtos foram retirados da lista tarifária, mas a medida continua afetando cerca de 55% das exportações brasileiras para os EUA.
🔍 O que esperar?
A expectativa do governo brasileiro é iniciar uma abertura diplomática e econômica com os EUA para reduzir os impactos do tarifaço ainda neste ano. A agenda de Mauro Vieira com Marco Rubio será crucial para redefinir os termos da parceria comercial entre os dois países, especialmente em um contexto global de realinhamentos geopolíticos e energéticos.