Pacientes devem ter tido contato com a unidade após o dia 20 de setembro; surto já soma 33 funcionários e 12 acompanhantes com sintomas respiratórios.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) publicou, neste domingo (26), uma nota técnica com orientações para a identificação, notificação e condução clínica de casos suspeitos relacionados ao surto de contaminação no Hospital Santa Rita, em Vitória.
O surto foi reconhecido oficialmente em 19 de outubro, após um aumento repentino no número de casos de síndrome respiratória aguda entre funcionários da unidade hospitalar.
Sintomas e evolução dos casos
De acordo com a coordenadora do serviço de infectologia do hospital, Carolina Salume, os primeiros sintomas observados nos pacientes foram febre, dor de cabeça, dor no corpo e mal-estar geral.
A partir do quarto dia de doença, alguns começaram a desenvolver tosse e dor torácica, o que levou à necessidade de internação. Exames de imagem revelaram padrões semelhantes nas tomografias, levantando a hipótese de contaminação ambiental.
A origem do surto ainda é desconhecida. Amostras de sangue, urina e secreções, além de coletas ambientais — como do ar-condicionado, bebedouros e superfícies — estão sendo analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-ES) para identificar o agente causador.
Investigação em andamento
O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, afirmou que a principal suspeita é de contaminação ambiental, mas nenhuma hipótese foi descartada.
“Estamos investigando todas as causas. Não descartamos nenhuma no momento, mas nos parece uma causa ambiental, possivelmente relacionada a aparelhos de ar-condicionado ou superfícies”, explicou.
Orientações da Sesa
1. Diagnóstico
Podem ser considerados casos suspeitos aqueles que tenham vínculo com o Hospital Santa Rita após 20 de setembro e apresentem:
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Febre e pelo menos dois dos seguintes sintomas: dor muscular, dor de cabeça ou tosse, sem apresentar dor de garganta, coriza, ou alterações no olfato e paladar;
Ou: -
Febre, alteração radiológica e pelo menos um dos sintomas acima.
2. Notificação
Profissionais de saúde devem notificar novos casos suspeitos em até 24 horas à Sesa, por meio do sistema eSUS-VS.
3. Coleta de amostras
Como o agente infeccioso ainda não foi identificado, devem ser coletadas amostras biológicas e ambientais diversas, para ampliar o alcance das análises laboratoriais.
Precauções e medidas de segurança
Enquanto o agente causador não é identificado, a Sesa recomenda a aplicação rigorosa das precauções padrão em todos os serviços de saúde, além de medidas adicionais para prevenir transmissão por aerossóis.
As orientações incluem:
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Higienização frequente das mãos;
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Limpeza e desinfecção de superfícies;
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Processamento adequado de roupas e resíduos hospitalares;
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Uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Embora haja indícios de contaminação ambiental, a transmissão entre pessoas ainda não está descartada, segundo o comunicado.
Situação atual
Até este domingo (26), 33 funcionários do Hospital Santa Rita apresentaram sintomas respiratórios semelhantes à pneumonia.
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Três permanecem internados: dois em enfermaria, com melhora, e um em UTI, em estado grave, mas estável.
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Outros quatro funcionários estão internados em hospitais externos e o restante segue em acompanhamento ambulatorial.
Além dos profissionais, 12 acompanhantes de pacientes também apresentaram sintomas compatíveis e estão recebendo tratamento em unidades de saúde do estado.
Transparência e informações oficiais
A Sesa criou uma aba específica em seu site para divulgar informações sobre o surto e as orientações de vigilância. Além disso, a secretaria publicará boletins diários às 17h, com atualizações sobre o número de casos e o andamento das investigações.
🩺 Resumo:
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Surto detectado em 19 de outubro;
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33 funcionários e 12 acompanhantes com sintomas respiratórios;
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Possível origem ambiental em investigação;
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Notificações devem ser feitas via sistema eSUS-VS;
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Sesa divulga boletins diários com novas informações.
