O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22) em Brasília, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte Federal. A ordem foi cumprida pela Polícia Federal, que retirou Bolsonaro de sua residência, onde ele estava em detenção domiciliar, e o levou para uma unidade da corporação na capital.
Segundo documentos judiciais e informações confirmadas por veículos internacionais, a prisão foi motivada por violação da tornozeleira eletrônica — registrada às 00h08 deste sábado — o que levantou suspeitas de que Bolsonaro poderia estar se preparando para fugir do país. Moraes classificou o ex-presidente como “alto risco de fuga”, sobretudo diante das manifestações convocadas por apoiadores para ocorrerem neste fim de semana.
A decisão determina que a prisão seja realizada “sem exposição midiática, sem algemas e com total respeito à dignidade do custodiado”.
Medida preventiva ocorre dias antes do início da pena de 27 anos
A prisão deste sábado não marca, ainda, o início formal do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses imposta a Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A medida é preventiva, com objetivo de impedir interferência no processo, possíveis tumultos públicos e uma eventual fuga enquanto a Corte finaliza os trâmites para a execução penal.
A condenação de Bolsonaro foi definida pela Suprema Corte em setembro, quando quatro dos cinco ministros votaram pela responsabilização do ex-presidente pelos crimes de:
- tentativa de abolir a ordem democrática,
- liderar organização criminosa,
- incitar ataques às instituições,
- e envolvimento nos eventos golpistas de janeiro de 2023.
Desde agosto, Bolsonaro cumpria prisão domiciliar e era monitorado 24 horas por agentes federais.
Risco de fuga e movimentação de aliados pesaram na decisão
Fontes da investigação afirmam que Moraes considerou não apenas a violação da tornozeleira, mas também a movimentação política e digital de apoiadores que planejavam vigílias e atos em frente à casa do ex-presidente. Para o ministro, isso poderia criar uma “cortina de fumaça” para facilitar uma eventual fuga.
Relatórios anexados ao processo destacam que Bolsonaro teria cogitado buscar asilo em embaixadas estrangeiras em Brasília, hipótese também mencionada pela imprensa internacional.
Repercussão política e institucional
A prisão do ex-chefe do Executivo gerou forte repercussão no cenário político. Aliados afirmam se tratar de perseguição, enquanto partidos de oposição e grupos pró-democracia afirmam que a decisão reforça a independência das instituições brasileiras.
A imprensa internacional classifica a prisão como um marco histórico, refletindo o peso da condenação e o rigor da Suprema Corte sobre crimes que colocam em risco o estado democrático de direito.
Próximos passos
A defesa de Bolsonaro deve entrar com pedido de revogação da prisão preventiva ainda neste fim de semana. A Suprema Corte, no entanto, já indicou que a violação do monitoramento e o risco de fuga são elementos suficientes para manter a detenção até o início oficial do cumprimento da pena.
Bolsonaro permanece sob custódia da Polícia Federal, e novas informações devem ser divulgadas ao longo do dia.
