O governo federal revisou para baixo a projeção do salário mínimo de 2026. A nova estimativa, divulgada por áreas técnicas da equipe econômica, reduz o piso nacional previsto de R$ 1.631 para R$ 1.627. A queda ocorre após uma atualização das expectativas de inflação para o próximo ano.
A redução foi motivada principalmente pela nova projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — índice utilizado como base de correção do salário mínimo — que apresentou desaceleração. Com a inflação menor, o governo precisou recalcular o valor para manter a regra de reajuste dentro da política de valorização adotada.
Reajuste ficaria em 7,2% sobre o salário atual
Caso o valor seja confirmado em dezembro, o piso de 2026 representará um aumento de cerca de 7,2% em relação ao salário mínimo vigente em 2025, atualmente de R$ 1.518. Apesar da leve redução na estimativa anterior, o reajuste ainda ficará acima da inflação acumulada no ano, garantindo ganho real ao trabalhador.
A política atual combina o INPC com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas desde 2024 os aumentos reais foram limitados a 2,5% acima da inflação, o que também impede altas mais expressivas.
Impacto no Orçamento e em benefícios sociais
O salário mínimo é referência para vários pagamentos públicos, como:
- aposentadorias e pensões do INSS;
- Benefício de Prestação Continuada (BPC);
- abono salarial;
- seguro-desemprego.
Por isso, qualquer mudança na previsão impacta diretamente o Orçamento da União. Com o valor mais baixo que o inicialmente calculado, o governo reduz despesas obrigatórias, o que ajuda a equilibrar as contas públicas.
Por outro lado, o reajuste menor também reflete no poder de compra de trabalhadores e famílias que dependem do piso nacional, especialmente em regiões onde o custo de vida permanece elevado.
Valor final será confirmado em dezembro
Apesar da projeção, o valor oficial do salário mínimo de 2026 só será definido após a divulgação do INPC acumulado até novembro deste ano, estimado para os primeiros dias de dezembro. É com base nesse número que o governo publicará o decreto com o valor definitivo, válido a partir de 1º de janeiro de 2026.
A expectativa é que o piso não sofra grandes alterações em relação à nova estimativa, já que a inflação vem se mantendo dentro das previsões.
