O advogado Cleber Lopes, que atuou na defesa do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, afirmou que os honorários de seu trabalho foram quitados por meio da transferência de uma Land Rover. O caso, que chegou ao conhecimento da Polícia Federal (PF), ocorreu durante o período em que Antunes prestava depoimento à CPMI que investiga irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social.
Segundo Lopes, o veículo não pertencia diretamente a Antunes, mas a um amigo do lobista, que teria feito um empréstimo para ajudá-lo a pagar o advogado. “Esse carro, na verdade, era de um amigo dele, eu conheci a pessoa. Ele [Antunes] estava com dificuldade de pagar honorários, e o amigo se dispôs a ajudar. Para ajudá-lo naquele momento, eu recebi o carro. Na verdade, esse amigo vendeu o carro e emprestou o dinheiro pra ele, foi mais ou menos isso”, explicou o advogado ao Metrópoles.
O episódio chamou a atenção da Polícia Federal, que apura as transações financeiras envolvendo o lobista e pessoas de seu círculo próximo. Apesar disso, Cleber Lopes negou ter recebido a Land Rover como pagamento e preferiu não revelar a identidade do verdadeiro proprietário do veículo.
O advogado também afirmou que sua saída da defesa de Careca do INSS não teve qualquer relação com o automóvel. De acordo com ele, o rompimento profissional ocorreu após divergências sobre informações patrimoniais do cliente. “O relatório da investigação trouxe algumas informações sobre movimentações de patrimônio — um prédio que ele estava vendendo — e eu não conhecia esses dados. Eu estava dizendo ao delegado algo diferente, e isso me deixou desconfortável. Por isso, decidi deixar o caso”, afirmou.
Recentemente, Antonio Carlos Antunes foi transferido para o presídio da Papuda, em Brasília, após a saída de Lopes da defesa. O lobista é investigado pela PF em desdobramentos da “Farra do INSS”, que apura fraudes fiscais e omissões patrimoniais — incluindo um apartamento nos Estados Unidos não declarado à Receita Federal.
Fonte: Metropoles
