
Com honras da família real e investimento de US$ 150 bilhões, viagem marca vitória simbólica e econômica para ambos os países
A visita de Estado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Reino Unido foi considerada bem-sucedida e estratégica do ponto de vista diplomático, segundo análise do jornalista e comentarista internacional Américo Martins, exibida no programa CNN Novo Dia. O encontro, marcado por simbolismos, honrarias reais e acordos econômicos, resultou em um acordo bilionário de investimentos tecnológicos entre os dois países.
Durante a visita, Trump foi recebido com todos os protocolos tradicionais da monarquia britânica. O presidente norte-americano foi hospedado no Castelo de Windsor, participou de um banquete de Estado ao lado do rei Charles III e classificou a experiência como “uma das maiores honras de sua vida”.
US$ 150 bilhões em investimentos tecnológicos
O ponto alto da visita foi a assinatura de um acordo que prevê investimentos americanos de US$ 150 bilhões no Reino Unido, principalmente em setores tecnológicos. Em contrapartida, empresas britânicas também se comprometeram a investir nos Estados Unidos, ainda que em escala menor.
O acordo é visto como um passo importante na reconstrução de laços estratégicos entre as duas potências, especialmente após as tensões comerciais e políticas que marcaram períodos anteriores.
Soft power da monarquia como ferramenta diplomática
A visita também revelou o uso eficaz do chamado “soft power” britânico, com o governo do Reino Unido utilizando a monarquia como instrumento de diplomacia internacional.
Segundo Américo Martins, o evento foi cuidadosamente planejado para ressaltar elementos culturais que ressoassem positivamente com Trump — inclusive suas raízes escocesas. O cardápio e a música do banquete incluíram referências diretas à cultura da Escócia, numa clara estratégia de hospitalidade personalizada.
Alívio político e reafirmação internacional do Reino Unido
A viagem ocorre em meio a um momento político turbulento no Reino Unido, com renúncias e instabilidade no alto escalão do governo, incluindo a saída de uma vice-primeira-ministra por questões fiscais e a demissão do embaixador britânico nos EUA.
Nesse contexto, a visita de Trump serviu como um refresco diplomático, trazendo estabilidade e holofotes internacionais para o país. Além disso, foi uma oportunidade para o Reino Unido reafirmar sua relevância no cenário global, especialmente após o Brexit e seus desdobramentos.
Trump pediu ausência do prefeito de Londres
Um episódio curioso — e controverso — foi o pedido de Trump para que o prefeito de Londres, Sadiq Khan, não estivesse presente no banquete de Estado. A relação entre os dois é marcada por atritos públicos desde o primeiro mandato de Trump, e esse gesto sublinha o perfil direto e pouco convencional da diplomacia trumpista.
Conclusão: vitória simbólica e estratégica
De acordo com a análise da CNN, a visita de Trump ao Reino Unido foi um êxito tanto no campo econômico, quanto diplomático e simbólico. O uso da monarquia como canal de aproximação política reforça a habilidade do Reino Unido em utilizar sua herança histórica para objetivos estratégicos. Já Trump sai da visita com um novo trunfo diplomático às vésperas de um possível embate eleitoral em 2026.