Por Redação | 29 de outubro de 2025 – 14h58
O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Marcelo Santos (União), defendeu nesta quarta-feira (29) o reforço na segurança das divisas capixabas após a operação policial realizada no Rio de Janeiro contra integrantes do Comando Vermelho, que resultou em dezenas de mortes.
Durante pronunciamento, o parlamentar manifestou apoio à ação das forças de segurança fluminenses e alertou para o risco de migração de criminosos para o Espírito Santo, pedindo medidas preventivas imediatas.
“Se a Polícia se render, o crime fica com mais poder de fogo. Se a Polícia se acovardar, as facções vão agir. E podemos esperar: eles virão para cá, como muitos já estão entre nós. Temos que nos preparar para fechar as divisas. Dentre os mortos no Rio de Janeiro havia bandido do Espírito Santo. O nosso Estado tem que defender a população”, declarou Marcelo.
O presidente da Ales lamentou as mortes ocorridas durante a operação, mas destacou que elas foram resultado da reação armada dos criminosos às forças policiais. Segundo ele, os agentes cumpriam mandados judiciais contra cerca de 100 alvos em comunidades dominadas pelo tráfico.
“Seria ideal que os policiais pudessem cumprir as decisões judiciais sem mortes, mas foram recebidos por bandidos com um poder de fogo até maior do que o da polícia. Usaram até drones para lançar bombas contra os agentes públicos — algo que víamos apenas na guerra da Ucrânia”, afirmou.
“Quando se atira contra policiais, se atira contra o Estado, que está ali para defender a sociedade”, completou.
Marcelo Santos comparou a atuação das facções criminosas ao terrorismo e reforçou a necessidade de ações coordenadas entre os estados para conter o avanço do crime organizado na região.
Críticas ao Congresso Nacional
Durante o discurso, o deputado também criticou o Congresso Nacional, alegando que os parlamentares federais só se mobilizam diante de tragédias.
“Agora, depois dessas dezenas de mortes, vão aparecer para aprovar leis. Mas passaram quatro, oito anos lá e não fizeram nada”, disse.
Ele ainda lamentou a disputa política entre governos estaduais e federal, afirmando que a falta de integração favorece o fortalecimento das facções criminosas.
“Enquanto os governos do Estado e federal ficam nessa disputa, as facções assumem tudo”, concluiu.
Balanço da operação
De acordo com informações divulgadas pelas autoridades fluminenses, a operação no Rio de Janeiro resultou em 81 prisões e 64 mortes, entre elas a de quatro agentes de segurança — dois policiais civis e dois militares.
As equipes também apreenderam drogas e mais de 100 fuzis durante a ação.
