Por Maciele Almeida – 17 de Novembro de 2025.
As novas etapas da investigação sobre o escândalo no INSS revelam um problema estrutural na proteção dos recursos da previdência social. O esquema que teria desviado cerca de R$ 6,3 bilhões sem autorização dos beneficiários ocorreu, segundo apurações, entre 2019 e 2024, atravessando diferentes governos — tanto o de Jair Bolsonaro quanto o de Luiz Inácio Lula da Silva.
A descoberta reforça que não se trata de disputa política ou ideológica, mas de um problema sistêmico. A previdência brasileira deve movimentar mais de R$ 1 trilhão em benefícios neste ano, e parte desse montante, ainda que pequena diante do total, vem sendo retirada de forma recorrente e silenciosa, o que acende um alerta de risco para a sustentabilidade do sistema.
O que chama a atenção é como valores tão expressivos conseguem escapar dos cofres previdenciários sem que mecanismos de controle detectem rapidamente as irregularidades. Enquanto isso, grupos oportunistas seguem se beneficiando dos desvios.
Opinião do repórter
É revoltante perceber que, apesar da dimensão do escândalo, ninguém foi efetivamente punido até agora. Como tantos brasileiros, considero inaceitável essa demora, esse vai-e-vem de informações, enquanto aqueles que mais dependem do INSS — especialmente os idosos — continuam sem receber o dinheiro que lhes foi retirado. A sensação é de abandono e impunidade, e a sociedade não pode normalizar essa situação.
