
Setor cafeeiro alerta para prejuízos após medida dos EUA que torna produto brasileiro quase inviável
Brasil — As exportações brasileiras de cafés especiais para os Estados Unidos caíram drasticamente em agosto, depois que o governo americano implementou uma tarifa de 50% sobre esse tipo de produto importado do Brasil. A medida elevou tanto os custos que muitos contratos foram suspensos ou cancelados, segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
📉 Números que preocupam
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Em agosto de 2025, o Brasil exportou 21.679 sacas de 60 kg de cafés especiais para os EUA. InfoMoney+1
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Isso representa uma queda de 79,5% em comparação com agosto de 2024, e de 69,6% em relação a julho de 2025.
🌍 EUA perdem espaço como principal comprador
Até agosto, os Estados Unidos ainda mantinham a liderança entre os países que mais importam cafés especiais do Brasil no acumulado do ano. Contudo, em agosto especificamente, os EUA despencaram para sexto lugar no ranking mensal, ficando atrás de Holanda, Alemanha, Bélgica, Itália e Suécia.
💬 Reações do setor
Carmem Lucia Chaves de Brito (“Ucha”), presidente da BSCA, afirma que:
“Muitos contratos que haviam sido assinados vêm sendo suspensos, cancelados ou adiados … a taxação de 50% sobre os cafés especiais brasileiros torna praticamente inviável a realização desses negócios …”
Ela também alerta que o impacto dessa medida será sentido não só pelos produtores e exportadores no Brasil, mas principalmente pelos consumidores nos EUA, que já começam a pagar preços mais altos.
🔍 Caminho para uma solução
A BSCA defende diálogo entre Brasil e Estados Unidos para buscar isenção ou redução da tarifa, além de inclusão do café especial na lista de produtos eximidos da sobretaxa.
O governo brasileiro aderiu ao Plano Brasil Soberano, esquema emergencial para minimizar os efeitos do tarifaço, oferecendo medidas como linhas de crédito, prorrogação de tributos e estímulos para que o setor se reorganize frente ao novo cenário.
🔮 Perspectivas
Se a tarifa permanecer, especialistas do setor esperam:
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Novas quedas nas exportações brasileiras para os EUA;
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Perda crescente de competitividade frente a outros países exportadores;
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Aumento nos custos para consumidores americanos;
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Necessidade de adaptação rápida da cadeia produtiva para buscar novos mercados ou renegociar custos.
Conclusão: O tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre cafés especiais brasileiros em agosto causou uma queda abrupta nas exportações para aquele mercado. O setor clama por medidas diplomáticas, ajustes de política pública e adaptação estratégica para que a cadeia produtiva preserve mercados, valores e reputação internacional.