
A gordura no fígado, também chamada de esteatose hepática, vem se tornando um problema de saúde cada vez mais frequente no mundo. De acordo com a Associação Americana para o Estudo de Doenças Hepáticas, cerca de 30% da população global já apresenta algum grau da doença — número que vem crescendo principalmente na América do Sul.
O hepatologista Rodrigo Rêgo Barros explica que a condição costuma se desenvolver de forma silenciosa e, por isso, muitas pessoas só descobrem o problema ao realizar exames de rotina.
“O fígado é um órgão muito silencioso e raramente dói. O paciente pode ter sintomas como má digestão ou diarreia e achar que é do fígado, mas na maioria das vezes não é. A verdade é que ele quase nunca dá sinais”, esclarece o médico.
Segundo o especialista, a esteatose hepática está diretamente relacionada a fatores metabólicos e hábitos de vida. “Devem ficar em alerta pessoas obesas, diabéticas, hipertensas ou com alterações nos níveis de colesterol e triglicerídeos, especialmente quando o HDL (colesterol bom) está baixo”, explica Rodrigo.
O excesso de consumo de álcool também é um dos principais fatores de risco, além de alterações nos exames de fígado, como TGO, TGP e GGT.
Como descobrir se você tem gordura no fígado
Por ser uma doença silenciosa, o diagnóstico só é possível por meio de exames.
“Como não causa sintomas, só sabe quem procura. É preciso investigar com um hepatologista, que vai solicitar exames de sangue e de imagem, além de descartar outras causas de acúmulo de gordura no fígado”, reforça o médico.
O especialista alerta ainda que identificar o problema precocemente é essencial para evitar complicações, como inflamação hepática, fibrose e até cirrose.
Tratamento e prevenção
De acordo com o hepatologista, o tratamento envolve mudanças de estilo de vida e o controle de doenças associadas.
“Controle de peso, moderação no consumo de álcool e tratamento de comorbidades como diabetes e hipertensão são fundamentais. Essas medidas podem ser iniciadas antes mesmo da consulta médica”, orienta Rodrigo Rêgo Barros.
A melhor forma de prevenção, segundo ele, é manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente e realizar exames de rotina para avaliar o funcionamento do fígado.
fonte : Metrópoles