
Depósito que vendia bebidas falsificadas pela internet é flagrado no Sul do ES por Divulgação/Polícia Civil
Em uma ação que acende o alerta para os perigos das bebidas alcoólicas falsificadas, a Polícia Civil do Espírito Santo, com apoio da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), realizou na manhã desta quinta-feira (2) a Operação Bebida Amarga, que resultou na prisão de um homem de 24 anos e na apreensão de bebidas adulteradas em um depósito localizado no bairro Ibitiquara, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado.
As investigações apontam que o local recebia vodca, uísque e gim falsificados vindos semanalmente de São Paulo, e fazia a distribuição principalmente por meio da internet, atendendo bares e consumidores finais na região.
🚨 Reutilização de garrafas e falsificação de lacres
De acordo com o delegado Rômulo Carvalho, responsável pela investigação, a quadrilha reutilizava garrafas originais, mas com lacres falsificados e tampas com numeração incompatível com os registros das fabricantes. As bebidas eram divulgadas em perfis de redes sociais, o que levou à denúncia feita pela Abrabe.
“Durante a investigação, realizamos compras simuladas para confirmar a venda e identificar o responsável pelo perfil. Foram apreendidas cerca de 240 garrafas, e o volume poderia ser ainda maior, caso a remessa da semana já tivesse chegado de São Paulo”, detalhou o delegado.
❗ Risco de intoxicação por metanol?
Diante dos recentes casos de morte por intoxicação com metanol em São Paulo, a apreensão gerou preocupação imediata sobre a possibilidade das bebidas falsificadas conterem substâncias tóxicas.
O delegado explicou que as garrafas foram encaminhadas para perícia, onde será verificada a composição química dos líquidos. A Polícia Científica e técnicos da Abrabe realizaram os primeiros exames no local.
“Foram feitos exames periciais no depósito e todas as garrafas recolhidas serão analisadas para identificar a natureza do produto vendido como bebida alcoólica”, afirmou Rômulo Carvalho.
Até o momento, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a Polícia Científica (PCIES) informaram que não há registros de intoxicação por metanol no Espírito Santo em 2025.
👮♂️ Crime assumido e prisão em flagrante
O responsável pelo depósito confessou o crime e disse que atuava com a venda das bebidas falsificadas há cerca de seis meses. O homem foi preso em flagrante e responderá por crime contra a saúde pública — com pena de 4 a 8 anos de reclusão.
Ele foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim.
As investigações continuam e devem agora se concentrar nos bares e estabelecimentos comerciais que compraram essas bebidas. Um entregador também será ouvido nos próximos dias, e outro suspeito está sendo investigado por participação no esquema.
⚠️ Alerta à população: como se proteger de bebidas falsificadas?
Com os riscos reais de contaminação — inclusive por substâncias como metanol, que pode causar cegueira e morte — o consumidor deve redobrar a atenção ao comprar bebidas alcoólicas, especialmente em redes sociais, vendedores autônomos e sites sem procedência.
Veja algumas dicas para se proteger:
✅ Compre sempre em locais confiáveis e legalizados, como supermercados e distribuidoras conhecidas.
✅ Verifique o lacre da garrafa: ele deve estar firme, original e sem sinais de reutilização.
✅ Observe o rótulo e a numeração da tampa: falsificações geralmente apresentam impressão ruim ou inconsistências.
✅ Desconfie de preços muito abaixo do mercado.
✅ Se notar sabor estranho ou reação incomum após o consumo, procure atendimento médico imediatamente.
🚨 Denuncie
Suspeita de comércio ilegal de bebidas falsificadas pode ser denunciada de forma anônima para:
📞 Disque Denúncia – 181
📧 Procon/ES – www.procon.es.gov.br
Fonte: A Gazete