
Prefeito de Vitória articula formação de chapa majoritária e avalia aliança com ex-prefeito de Linhares para disputar o Governo do Espírito Santo
Com a atenção voltada para as eleições de 2026, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), intensifica articulações políticas nos bastidores e já avalia nomes para compor sua eventual chapa ao Palácio Anchieta. Entre os nomes cotados para vice, ganha força o do ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon (PSD).
A aliança entre Pazolini e Guerino passou a circular com mais intensidade no meio político na última semana, impulsionada por encontros entre lideranças do Republicanos e do PSD, incluindo o ex-governador Paulo Hartung (PSD) e o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso.
Capitão da chapa
Prefeito da capital e com base eleitoral consolidada na Grande Vitória, Lorenzo Pazolini é hoje um dos nomes mais competitivos entre os opositores do atual governador Renato Casagrande (PSB). Com forte apelo entre eleitores conservadores, evangélicos e de centro-direita, Pazolini constrói um discurso de renovação administrativa e segurança pública – área em que tem grande identificação, por sua origem como delegado da Polícia Civil.
Entretanto, aliados reconhecem que, fora da Região Metropolitana, o nome de Pazolini ainda carece de maior penetração eleitoral. Daí a busca por um vice que complemente o projeto.
Guerino como ponte para o interior
É nesse contexto que entra o nome de Guerino Zanon. Ex-prefeito de Linhares por cinco mandatos e com histórico de vitórias expressivas no Norte do Estado, Guerino surge como opção para fortalecer a presença de Pazolini no interior. Linhares, onde Guerino tem forte base, é o sexto maior colégio eleitoral do Espírito Santo.
Em 2022, quando disputou o governo estadual, Zanon obteve 43,59% dos votos em Linhares, ficando à frente do próprio Casagrande na cidade – embora tenha ficado em terceiro lugar no geral. Essa força local ainda é vista como um diferencial estratégico.
Movimentações discretas, mas firmes
Segundo fontes próximas ao grupo político de Pazolini, Hartung teria iniciado conversas com os filhos de Guerino durante um evento político-empresarial em Linhares. O ex-prefeito não compareceu ao encontro, mas, segundo apuração da coluna, teria sinalizado positivamente à articulação.
Na sexta-feira (12), Hartung e Erick Musso se reuniram em Vitória para tratar dos rumos da aliança entre PSD e Republicanos. Em publicação nas redes sociais, Hartung chamou Erick de “nosso coordenador”, numa clara indicação de alinhamento político em torno de um projeto maior: eleger Pazolini governador em 2026.
Experiência e musculatura financeira
Além da força no interior, o nome de Guerino atrai por dois outros fatores: experiência e capacidade de investimento. Aos 69 anos, com décadas de vida pública, Guerino traria equilíbrio à chapa encabeçada por Pazolini, de perfil mais jovem.
Em 2022, o ex-prefeito bancou 87% da própria campanha, desembolsando mais de R$ 413 mil do próprio bolso. O partido, à época sob outra direção, contribuiu com apenas R$ 50 mil.
Esse poderio financeiro pode ser decisivo numa campanha estadual, que exige estrutura, visibilidade e mobilização em todo o território capixaba.
O fator Hartung: variável decisiva
Apesar dos avanços nas articulações, uma variável pode alterar completamente o tabuleiro: Paulo Hartung. Caso o ex-governador decida disputar novamente o Palácio Anchieta, o PSD pode sair da vice para disputar a cabeça da chapa, o que afastaria Guerino da composição com Pazolini.
Além disso, a entrada do PSD na majoritária reduziria o espaço para outras legendas aliadas na disputa ao Senado, como o Republicanos, que tem o deputado estadual Sergio Meneguelli como pré-candidato à Câmara Alta.
Pazolini amplia articulações e busca consolidar liderança
Mesmo sem confirmar oficialmente sua candidatura, Pazolini vem atuando como pré-candidato. Tem intensificado agendas no interior, com visitas a municípios acompanhadas de aliados como Erick Musso e o deputado federal Evair de Melo (PP).
Sua presença em eventos regionais e reuniões políticas tem sido constante, sinalizando uma movimentação clara para se tornar um nome viável em todo o Espírito Santo.
Se consolidar a aliança com Guerino, Pazolini ganha musculatura no Norte e potencializa sua candidatura com apoio de lideranças tradicionais e estrutura partidária.
📌 Resumo: por que Pazolini + Guerino é visto como uma chapa forte
Elemento | Impacto estratégico |
---|---|
Presença na Grande Vitória | Pazolini é forte na capital e região metropolitana |
Capilaridade no interior | Guerino ajuda a avançar no Norte capixaba |
Experiência x juventude | Equilíbrio entre renovação e trajetória política |
Poder de investimento | Guerino já provou que pode bancar campanhas |
Apoio político | Aliança reúne PSD, Republicanos, e possivelmente Novo |
Enquanto não bate o martelo sobre sua candidatura, Pazolini segue como um dos nomes mais promissores da oposição em 2026. E, com Guerino Zanon na vice, o projeto pode ganhar tração ainda maior. Mas, como em toda eleição, tudo pode mudar — especialmente se Paulo Hartung decidir voltar ao jogo.